Pedras no caminho!
No final do ano passado descobri que estava com problemas na tiroide. Uns dias depois, em janeiro, fui diagnosticada com a doença de Graves, uma doença autoimune, que já estava em estado avançado e grave.
Na altura deram-me dois caminhos à escolha, mas com a certeza que, qualquer que fosse o rumo a seguir, teria de ser rápida a agir, uma vez que a doença já estava muito evoluída.
Não vou contar aqui todos os pormenores, até porque foi um momento duro em que andei meio perdida a decidir que tratamento seguir, o que fazer, como lidar com tudo isto. Desde logo, isto de sermos mães e estarmos doentes deixa-nos muito em baixo. Por outro lado, o facto de ter de lidar com várias opiniões (nem sempre consensuais) e de ter de tomar decisões (sabendo que, qualquer que fosse a decisão, seria sempre difícil), deixa-nos desorientados.
No final, acabei por seguir o que o meu coração disse, o que senti ser a decisão mais certa. Optei por ser seguida em Espanha, por um médico que me foi sugerido e que é especialista nesta doença. Estou a fazer tratamentos de 18 em 18 dias, desde meio de março. Esta doença, além da parte emocional e hormonal, afetou os meus olhos. Sendo certo que, se não tivesse começado o tratamento, podia perder a visão. Tem sido um caminho duro mas, pouco a pouco e com a graça de Deus, já começo a ver melhorias.
Não percebi logo que estava doente. Como, por natureza, sou uma pessoa acelerada, que vive num rodopio, acabei por deixar andar. Só fui fazer análises por sentir os meus olhos inchados, mas o coração já dava sinais e o corpo também. Não me apercebi… 🙁 Não digo isto para terem pena de mim. Digo, sim, como forma de alerta. Para que outros não deixem que a falta de tempo, de atenção a nós próprios, nos impeçam de ver e saber como realmente estamos. Se tivesse seguido as pistas mais cedo, quem sabe se já estaria boa e não tivesse deixado chegar a doença a um estado grave.
Talvez agora percebam o porquê de ter andado mais “escondida” e, como muitos diziam, com um ar preocupado, triste, doente (alguns ainda me perguntavam se tinha feito alguma cirurgia estética). A verdade é que cada um tem o seu tempo, a sua forma de gerir as dificuldades. Quando se trata de saúde (ou falta dela!), nada é fácil. Andamos preocupados, com muitos medos e incertezas.
Estas plataformas devem servir para isto também: para ajudarmos quem precisa, e reconhecer que também nós precisamos de ajuda. Que todos nós temos as nossas fragilidades.
Obrigada a todos os que me têm acompanhado, ajudado, que me têm dado força. Tenho tido ainda a sorte de descobrir muitas pessoas especiais que me têm ajudado e mimado muitos nestes meses difíceis.
OBRIGADA!
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